domingo, 11 de outubro de 2009

Professor como agente de mudança

Historicamente o professor sempre foi um agente do sistema, sendo por isso um instrumento de conservação. No texto de João Wanderley Geraldi – “A aula como acontecimento” - podemos perceber que do século XII até o século XX, o professor é o profissional que “sabe o saber produzido por outros”. A partir do século XX, o professor deixa de organizar didaticamente a transmissão do conhecimento e passa a ser o que “aplica um conjunto de técnicas de controle na sala de aula”.
Esta última identidade começa a entrar em crise a partir da década de 80 e, segundo o autor, estamos vivendo esta crise. É aí que vemos que o professor inicia um movimento de transformação da sua própria identidade profissional, deixando de ser meramente um instrumento de conservação do sistema. Isto porque, apesar da identidade do professor ser definida pela estrutura global da sociedade, sua prática é, em contrapartida, “força propulsora de transformações”.
Apesar disto, ainda sentimos a necessidade de romper barreiras ou como dizem - amarras que nos aprisionam. Estas podem ser: a rotinização; o hábito; colegas de trabalho que não se deixam afetar e por isso, refratários; a hierarquia de conhecimento – Professor I e II; e por que não dizer a regência, que lembra partitura, harmonia e compasso.
Precisamos resgatar a importância da nossa prática. Prática que possibilita romper com a disciplinização, que privilegie não o conteúdo, mas o conhecimento e que, por isso mesmo, é tarefa intelectual.
A mudança desta vez começa pela gente.
Cintia da Costa

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